E se fosse possível transcrever em palavras todos os sentimentos e devaneios da alma? Esse registo gráfico das palavras da alma seria o palavragrama e teria o propósito de permitir uma análise das profundezas do nosso ser...seria assim, tão simples compreender e aprender tudo de nós próprios!
segunda-feira, julho 21, 2008
Transbordar
Adapta-se a qualquer coisa que se encontra cheia e deita o seu conteúdo para fora. É o que se passa por aqui com as palavras...transbordam...mas acabam muitas vezes por se perder...e porquê? Porque há algo que nunca transborda, antes pelo contrário, escasseia...o tempo...razão da ausência...no entanto, vislumbra-se o regresso e a organização mediática das palavras transbordantes em expressões de reflexão! Até lá...é urgente disfrutar as bençãos do Verão e do lado simples da Vida.
sábado, maio 24, 2008
Oportunidade
Nunca encontrei nada que tão bem descrevesse o sentido da palavra oportunidade:
“A oportunidade surge como uma folha flutuando na nossa frente, trazida por um rio veloz. Ficamos na margem com uma única hipótese de a apanhar. Praticamos a nossa capacidade de precisão, projectando os membros na direcção da água, como se agarrássemos a superfície onde imaginamos que a folha irá passar. Ensaiamos isto vezes sem conta, talvez dia após dia, adquirindo confiança na nossa técnica. E depois, quando a folha surge, se hesitamos, se ponderamos sobre as nossas possibilidades um segundo mais, se receamos que o pé resvale na borda do rio… a folha desaparece….” in À procura de firebelly J.C. Michaels
“A oportunidade surge como uma folha flutuando na nossa frente, trazida por um rio veloz. Ficamos na margem com uma única hipótese de a apanhar. Praticamos a nossa capacidade de precisão, projectando os membros na direcção da água, como se agarrássemos a superfície onde imaginamos que a folha irá passar. Ensaiamos isto vezes sem conta, talvez dia após dia, adquirindo confiança na nossa técnica. E depois, quando a folha surge, se hesitamos, se ponderamos sobre as nossas possibilidades um segundo mais, se receamos que o pé resvale na borda do rio… a folha desaparece….” in À procura de firebelly J.C. Michaels
Sócrates vs Sartre
Sócrates exorta: "Conhece-te a ti próprio", Sartre diz: "Cria-te a ti próprio!"
Em Sartre está presente a liberdade mais pura: "aquilo que agora faço, criará aquilo em que me tornarei", é isto o verdadeiro "livre arbítrio". Teremos consciência desta liberdade? Saberemos nós estar à altura de tamanho desafio? Esboçar o nosso próprio destino… será isto um solipsismo? Que fazemos nós com tão vasta liberdade? Absorvemos o mundo como uma esponja e deixamo-nos moldar por ele ou estamos convictos da nossa possibilidade de criação? Se somos apenas um produto do mundo em que nascemos, então não somos nada….o invólucro que protege a nossa vida, quando partir, estará vazio… em cada passo uma escolha, em cada escolha um caminho, nova oportunidade de nos criarmos...
Em Sartre está presente a liberdade mais pura: "aquilo que agora faço, criará aquilo em que me tornarei", é isto o verdadeiro "livre arbítrio". Teremos consciência desta liberdade? Saberemos nós estar à altura de tamanho desafio? Esboçar o nosso próprio destino… será isto um solipsismo? Que fazemos nós com tão vasta liberdade? Absorvemos o mundo como uma esponja e deixamo-nos moldar por ele ou estamos convictos da nossa possibilidade de criação? Se somos apenas um produto do mundo em que nascemos, então não somos nada….o invólucro que protege a nossa vida, quando partir, estará vazio… em cada passo uma escolha, em cada escolha um caminho, nova oportunidade de nos criarmos...
Imaginação
Rodopia à minha volta a imaginação, pareço um carrossel de ideias inconcretizáveis… as minhas tentativas de a segurar têm sido infrutíferas…esquiva-se de cada vez que lhe toco… tanta ideia fervilhante em mim e não as consigo fazer passar ao estádio seguinte da materialização… tem dias de fazer isto… parece que lhe dá gozo a angústia com que a procuro… enche-lhe o ego sentir-se essencial, saber que sem ela nada é reproduzido para fora de nós… nem nada de nada vai dentro… acontece por vezes fazer estas travessuras, greves em que se alia a uma quebra metabólica e em conjunto desenvolvem uma preguiça mental que turva as ideias… tudo pára… maliciosa esta imaginação, é como se tivesse prazer em me desafiar a ser capaz de sem ela produzir alguma coisa…
E qual é o interesse da imaginação se não sabemos o que fazer com ela?
E qual é o interesse da imaginação se não sabemos o que fazer com ela?
quinta-feira, maio 22, 2008
Perspectiva
Notícia:
Aquelas árvores são únicas no nosso continente e estão a morrer. Têm morrido uma a uma. Havia milhões de árvores destas, formando uma cúpula de flores brancas que cobriam as montanhas no início do Verão. As árvores eram grande e esguias e forneciam uma madeira extremamente forte para a construção de casas. Toneladas de frutos secos pendiam dos seus ramos, excelente alimento para animais e pessoas. Mas tudo isso faz parte do passado: acabou-se a madeira e acabaram-se as castanhas para armazenar para o Inverno. Os pequenos rebentos que existem agora morrerão dentro de poucos anos, perderam o potencial de se tornarem em árvores magestosas. Tudo isto acontece porque foi introduzida acidentalmente uma praga vinda da Ásia. É um fungo que mata aquele tipo de castanheiro autóctone. No espaço de cinquenta anos morreram todas as árvores adultas. Ainda brotam rebentos novos de muitos cepos que subsistem, mas em breve sucumbirão ao fungo e morrerão antes de ficarem suficientemente desenvolvidos para gerar sementes. Rebentos estéreis, é tudo o quanto resta.
Conclusão:
Por vezes uma coisa muito pequena pode ter consequências muito grandes e inesperadas.
Perspectiva:
Limitamo-nos a sentir a história da árvore, e quanto à praga? Que felicidade não deve ter sido para o fungo, que agora pode expandir-se por um vasto território! E quanto às outras árvores e plantas que agora ocupam o espaço deixado pelos castanheiros? Tudo depende da perspectiva de cada um...
Estranho isto das perspectivas... e repensar a vida nessa perspectiva? Ui... pior ainda...
Aquelas árvores são únicas no nosso continente e estão a morrer. Têm morrido uma a uma. Havia milhões de árvores destas, formando uma cúpula de flores brancas que cobriam as montanhas no início do Verão. As árvores eram grande e esguias e forneciam uma madeira extremamente forte para a construção de casas. Toneladas de frutos secos pendiam dos seus ramos, excelente alimento para animais e pessoas. Mas tudo isso faz parte do passado: acabou-se a madeira e acabaram-se as castanhas para armazenar para o Inverno. Os pequenos rebentos que existem agora morrerão dentro de poucos anos, perderam o potencial de se tornarem em árvores magestosas. Tudo isto acontece porque foi introduzida acidentalmente uma praga vinda da Ásia. É um fungo que mata aquele tipo de castanheiro autóctone. No espaço de cinquenta anos morreram todas as árvores adultas. Ainda brotam rebentos novos de muitos cepos que subsistem, mas em breve sucumbirão ao fungo e morrerão antes de ficarem suficientemente desenvolvidos para gerar sementes. Rebentos estéreis, é tudo o quanto resta.
Conclusão:
Por vezes uma coisa muito pequena pode ter consequências muito grandes e inesperadas.
Perspectiva:
Limitamo-nos a sentir a história da árvore, e quanto à praga? Que felicidade não deve ter sido para o fungo, que agora pode expandir-se por um vasto território! E quanto às outras árvores e plantas que agora ocupam o espaço deixado pelos castanheiros? Tudo depende da perspectiva de cada um...
Estranho isto das perspectivas... e repensar a vida nessa perspectiva? Ui... pior ainda...
quarta-feira, maio 21, 2008
O que nos move
Intrigou-me o pensamento que de mansinho foi surgindo: que força nos move? Tempestade cerebral... como pode um curto e insignificante pensamento chegar assim de rompante, insurgir-se e sacudir o que já cá está? Com uma atitude provocadora atira o seu charme, estimula sinapses mas não se desvenda, não se decifra nem se clarifica… vontade de prendê-lo, imobilizá-lo e interrogá-lo... arrancar-lhe à força a resposta... sinto-me assediada pelo desafio… afinal que força nos move? E no entanto, perco-lhe o rasto... consegue esquivar-se, no meio de todos os outros pensamentos mimetiza-se… ainda não é desta que terei a resposta…
terça-feira, maio 20, 2008
A vida é...
Partilho o melhor que já li:
"A Vida está cheia de arestas imperfeitas. É uma viagem fabulosa em direcção ao desconhecido, uma estrada ilusória através de uma floresta de penumbra. A Vida é uma deambulação, um caminho labiríntico, sinuoso, tortuoso, sem indicações nem avisos. A Vida é uma borboleta debatendo-se para se libertar do casúlo. A Vida é...
Nunca dizemos apenas isto, pois não? A Vida é... Dizemos que é uma coisa física, palpável, uma coisa que podemos experimentar com os nossos sentidos, percorrer o nosso corpo. Tornamo-la tangível, visível, e depois analisamos os seus atributos. Falamos da Vida para que possamos moldar um lugar para nós próprios, entre uma miríade de possibilidades. Mas fracassamos. Não podemos, com efeito, dizer que a Vida é. Restam-nos as metáforas e as analogias para descrever a passagem do tempo." in À procura de Firebelly - J.C. Michaels
"A Vida está cheia de arestas imperfeitas. É uma viagem fabulosa em direcção ao desconhecido, uma estrada ilusória através de uma floresta de penumbra. A Vida é uma deambulação, um caminho labiríntico, sinuoso, tortuoso, sem indicações nem avisos. A Vida é uma borboleta debatendo-se para se libertar do casúlo. A Vida é...
Nunca dizemos apenas isto, pois não? A Vida é... Dizemos que é uma coisa física, palpável, uma coisa que podemos experimentar com os nossos sentidos, percorrer o nosso corpo. Tornamo-la tangível, visível, e depois analisamos os seus atributos. Falamos da Vida para que possamos moldar um lugar para nós próprios, entre uma miríade de possibilidades. Mas fracassamos. Não podemos, com efeito, dizer que a Vida é. Restam-nos as metáforas e as analogias para descrever a passagem do tempo." in À procura de Firebelly - J.C. Michaels
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