quinta-feira, setembro 18, 2008

As intermitências do AMOR




Partilho a minha mais recente descoberta científica comprovada socialmente com base na aplicação de método de análise rigoroso: o amor é como o Pai Natal! Para alguns nem é mais do que isso, apenas uma qualquer Mãe Natal de lingerie voluptuosa a oscilar aleatoriamente as ancas à frente dos olhos. Encontra-se o objecto de estudo deste artigo wikipediano, numa dimensão semelhante à da Área 51, à ficção científica Spoqueana, às produções fictícias que nos prendem ao sofá e nos fazem sonhar em como seria bom se tudo aquilo existisse e pudéssemos nós enxergar-nos envolvidos pelo vasto espaço sideral. O amor é uma palavra ilusória que engloba muitas outras palavras igualmente falaciosas, como a amizade, que acaba no momento em que começa a ser, assim que o companheiro/a do amigo/a passa a estar na lista de objectos a adquirir…tal e qual como o amor, que acaba assim que um novo/a Pai/Mãe Natal adquire contornos de possível potencialidade pela novidade. É algo sazonal, descartável e facilmente substituível. Por tudo isto supõe-se que a palavra terá sido forjada nos primórdios da civilização, numa tentativa de impedir a anarquia e o caos social, mas vislumbra-se cada vez mais inatingível…Na verdade, vivemos cada vez mais alienados, em busca de algo que nunca construímos, não sabemos o que é, nem estamos preparados para as consequências altruístas que isso implica construir. Desenvolveu-se em nós, o desespero da ausência daquilo que desconhecemos e tão intensamente procuramos. Procura mais acentuada quando o peso do tempo pesa sobre a carcaça corporal. Então, acreditando que a busca do amor só é possível sem pêlos, rugas, celulites, estrias, gorduras em excesso e outras coisas genéticas que nos caracterizam, mascaramo-nos de tintas e ornamentos que fantasiam a nossa verdadeira realidade e nos fazem viver num carnaval permanente, presos numa ilustre adultescência doentia que nos impede de evoluir. Corremos para nos encher de um vazio tipo buraco negro que suga-nos as bolsas, faz-nos perder a identidade, e impede um investimento mais produtivo noutra coisa qualquer que nos faça estar mais próximos do objectivo de nos volvermos melhores. A consequência de tudo isto é a proliferação do centros de estética e casas afins que procuram dar resposta à idolatração da carapaça corporal humana tida como a grande aposta na busca do inatingível. Mas enfim, mesmo constatando esta triste realidade, continuo a sentir-me incapaz de ceder às evidências, a verdade é que o Pai Natal existe no coração de cada um de nós e, apesar da característica falaciosa associada ao conteúdo da palavra AMOR, existe algo que deixa uma réstia de esperança: o Spok é autêntico!

“Live long and prosper”